12 de outubro de 2010

Manifesto da Via Campesina em favor de Dilma.

progressistas da Igreja em favor da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, começou a ser articulada esta semana e, na próxima, ganham as ruas dois manifestos em favor da petista. Um deles, assinado pela Via Campesina e outros movimentos sociais, conclama "a militância de todos os movimentos sociais" a se engajarem na campanha para a eleição de Dilma. "Precisamos derrotar a candidatura Serra, pois ela representa as forças direitista e fascistas do país", diz o manifesto, que vai coletar adesões até amanhã.
A reportagem é de Maria Inês Nassif, publicada no jornal Valor, sob o título "Via Campesina arma contraofensiva".
O outro documento está sendo preparado por grupos progressistas da Igreja Católica e protestante, para se contrapor à ação de setores religiosos que, às vésperas do primeiro turno, fizeram campanha anti-Dilma e anti-PT, sob o argumento de que candidata e partido eram "abortistas".
A nota que será oficializada pelos movimentos sociais, ao fazer uma análise do primeiro turno das eleições, chega à conclusão de que os setores sociais progressistas tiveram vitórias, não apenas nas eleições parlamentares "e na reeleição de governadores progressistas", mas com a derrota eleitoral de Yerda Crusius (PSDB), no Rio Grande do Sul, que manteve um governo de "criminalização dos movimentos sociais". Não poupou críticas a nenhum dos candidatos à Presidência - à Dilma, pela falta de debate de projetos que interessam efetivamente à população, e à Serra, "pelo baixo nível de sua campanha presidencial". "A biografia do candidato já é a maior derrotada nessas eleições", diz a nota.
Em relação a Marina Silva, candidata do PV no primeiro turno - que tem uma histórica ligação com os movimentos sociais -, o documento foi implacável. "Quanto à candidatura de Marina Silva, cumpriu o objetivo a que se propôs: o de provocar um segundo turno nessa campanha eleitoral. O tempo dirá se o seu êxito serviu para fortalecer a democracia ou foi utilizado para que as forças conservadoras retornassem ao poder."
O documento articulado pela Via Campesina reitera sua posição de autonomia em relação ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva, cujos avanços "foram insuficientes, em que pese os acertos de sua política externa". O candidato do PSDB, José Serra, todavia, é colocado como "inimigo das bandeiras de luta" populares, pela sua atuação à frente do governo paulista e pelos oito anos dos governos tucanos deFernando Henrique Cardoso. "Pelo caráter antidemocrático e antipopular dos partidos que compõem a sua (de Serra) aliança eleitoral e por sua personalidade autoritária, estamos convictos que uma possível vitória sua (de Serra) significará um retrocesso aos movimentos sociais e populares em nosso país e para as conquistas democráticas no continente, e maior subordinação ao império estadunidense", justifica o documento.
Até agora, aderiram a essa posição a Via Campesina, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), o Movimento das Mulheres Camponesas (MMC), o Sindicato dos Engenheiros do Paraná, a Marcha Mundial das Mulheres, o Centro de Estudos Barão de Itararé e a Uneafro. Segundo fonte envolvida nessas articulações, correntes do PSOL e movimentos ambientalistas ligados à Marina mostraram interesse em aderir ao movimento, mas devem esperar posição de seus partidos.
O documento é o primeiro passo de uma estratégia de mobilização dos setores sociais em favor de Dilma. O segundo momento é o envolvimento das bases dos movimentos na campanha do segundo turno, em favor de Dilma. Ainda assim, apesar da adesão à petista, os movimentos reiteram "a autonomia política frente aos governos".

Enviado por Damião Matos, STTR de Ouro Branco, AL.

10 de outubro de 2010

Entrevista com Maria Nazaré, em viagem para a Noruega

Nazaré está de viagem para Oslo. Ela vai representar os jovens de KOINONIA durante a Campanha do Dia de Trabalho (OD, em norueguês). É um terceiro momento.

No primeiro, em maio, jovens do Obabyan, Síntia Verônica e Thiago Silva, representando os jovens com quem KOINONIA atua em Salvador, Paulo Afonso e Delmiro Gouveia, conversaram com lideranças da Campanha, falando sobre o que já fazem e o que pretendem fazer em relação aos temas da campanha.

Num segundo momento, Nazaré participou de um seminário de preparação para a viagem, no Rio de Janeiro, em setembro, com outros cinco jovens das outras instituições que serão apoiadas no quinqüênio, entre 2011-2015 (Viva Rio, Iser, Ibase, Ação Ecucativa e Diaconia).

Esta entrevista fala das idéias, emoções e pensamentos de Nazaré:

Proejto: O que achou da reunião no Rio de Janeiro?

Nazaré: Foi muito boa porque pude conhecer antes os outros jovens das outras instituições com quem viajarei - todos vamos representar o Brasil e as nossas instituições. Pude conhecer melhor sobre a cultura e como conviver com as pessoas na Noruega. E também pude aprender como dar as palestras em 25 minutos trabalhando com um tradutor. Conhecer outros trabalhos que foram feitos com a OD, no Brasil e em outros Países, também foi muito bom.

Projeto: O que espera desta tua ida na Noruega?

Nazaré: Espero ser bem acolhida, poder representar bem o Brasil e os jovens. Espero poder conhecer outras instituições de lá e o trabalho que desenvolvem.

Projeto: O que acha da possibilidade do Projeto para os próximos anos?

Nazaré: Espero que seja realizado de forma a incluir outros jovens além dos que já estão envolvidos com nossas atividades, e que haja continuidade.

Projeto: Qual sua mensagem para quem aguarda a sua volta aqui no Brasil?

Nazaré: Continuem acreditando! Nós p0demos ter um País melhor. A juventude terá mais oportunidades de educação, lazer, e nossos direitos - que eles sejam respeitados. E que não desistam do trabalho que tem, porque é gratificante.

Maria Nazaré, de Paulo Afonso, irá representar os jovens de KOINONIA na Noruega



Olá, meu nome é Nazaré, tenho 20 anos de idade, morei na área rural de Paulo Afonso ate meus 18 anos. Em outubro de 2008 meus pais faleceram e eu fui morar na cidade (área urbana), em Paulo Afonso- Bahia, onde moro com minha sobrinha. Decidi sair do campo porque queria fazer o curso técnico em enfermagem e o acesso no campo era mais difícil.

Iniciei participando dos projetos sociais aos meus 14 anos, com a pastoral da criança, e através dela conheci outras instituições como KOINONIA que atua no sub-medio São Francisco juntamente com o Pólo Sindical. Na pastoral da criança eu era líder comunitária acompanhava voluntariamente o desenvolvimento de cada criança, para diagnosticar casos de desnutrição. Em 2007, participei do curso de agentes culturais e jovens rurais, em seguida participei do curso de formação para monitores onde eu aprendi como trabalhar com os jovens, no ano seguinte eu fui monitora deste, foi uma experiência única poder trocar conhecimentos com outros jovens.

Essa experiência em minha vida foi gratificante, pois eu tive a oportunidade de conhecer a realidade de outros jovens.

Estou muito ansiosa para conhecer a todos um abraço e até breve.

9 de outubro de 2010

Outubro: mês das crianças

Sem Terrinhas fazem jornada por escolas do campo no mês das crianças

7 de outubro de 2010


Por Vanessa Ramos e Meire Cardoso
Da Página do MST

Está chegando o dia 12 de outubro e a criançada fica ansiosa, louca por presentes. Não importa em que dia da semana será comemorado o tradicional Dia das Crianças, a data é sempre motivo de muita festa e de diversão. Certo? Mas não é só isso.

Para as crianças Sem Terrinha, filhos de acampados e assentados do MST, o Dia das Crianças é muito mais que ganhar presentes.

O mês de outubro é, principalmente, referência de luta das crianças, quando fortalecem a identidade da criança Sem Terra e realizam uma grande festa, onde também trocam experiências culturais.
Por isso, desde 1994, o MST promove atividades com os Sem Terrinha.

Entre na página especial da Jornada Sem Terrinha

“A criança Sem Terrinha vem ocupando e construindo a sua organização no processo de luta do MST e sua identidade vai sendo forjada. Creio que um Sem Terrinha é uma criança organizadora, decidida, com personalidade e que não tem vergonha de dizer que está na luta para ter a terra”, afirma Márcia Mara Ramos, do setor de educação do MST.

A seguir, leia a entrevista concedida à Pagina do MST.

Qual é o objetivo da jornada das crianças do MST neste ano?

A jornada Sem Terrinha tem buscado dar conta de alguns objetivos gerais, embora cada Estado realize o encontro de acordo com a sua realidade. Mas, de um modo geral, o que buscamos é realizar uma grande festa de socialização das experiências educativas e culturais das crianças, com isso valorizar a organização dos Sem Terrinha nos acampamentos e assentamentos e assim fortalecer a identidade Sem Terra. E ao mesmo tempo, os encontros têm como objetivo negociar com as autoridades locais e estaduais as demandas de escola, espaços de lazer para as crianças e infraestrutura geral nos assentamentos.

Que temas serão debatidos?

A jornada mantém o tema “Por escola, Terra e Dignidade”, que continua muito atual. A luta por escola é uma necessidade permanente, dado que muitas escolas estão sendo fechadas no campo. Muitos de nossos assentamentos não têm escolas. E os que têm a infraestrutura é precária e com o atendimento somente nos anos iniciais do Ensino Fundamental.

Quantos estados e crianças vão participar dessa atividade neste ano?

Em geral, todos os estados se mobilizam de alguma forma nessa data. No momento temos informações de 18 estados que vão realizar os encontros, reunindo 12 mil crianças em todo o Brasil. Mas acreditamos que esse número pode ser ainda maior, sentimos muita animação com a jornada.

Por que o MST promove a jornada dos Sem Terrinhas?

A Jornada Nacional dos Sem Terrinha foi sendo construída ao longo da historia do MST com a participação permanente das crianças na luta pela terra, demarcando o território na luta pelo direito à escola desde o acampamento ao assentamento e assim construindo a identidade de Sem Terrinha.

A jornada é organizada a partir dos Encontros de Sem Terrinha nos Estados, com ações locais, regionais e estaduais, mas tem caráter nacional. Os encontros são espaços de socialização de conhecimentos, de brincadeiras, de reivindicação e de muita festa, alegria e compromisso que são firmados diante esse coletivo de crianças.

E esse espaço para as crianças é muito importante. Lembro do Sem Terrinha Luciano, de Pernambuco, por exemplo, que quando participou pela primeira vez do encontro relatou que tudo era muito bonito, que nunca tinha visto tanta criança junta e que iria continuar lutando porque era Sem Terrinha e tinha orgulho disso. É dessa forma as crianças que participam se comprometem com a Jornada Nacional dos Sem Terrinha.

Assim, a Jornada Nacional é um espaço de brincar, socializar, “arquitetar” planos e fazer um grande encontro de reivindicação, diante dos poderes públicos exigindo a efetivação dos direitos da criança e do adolescente.

Como surgiu a ideia de criar uma jornada de crianças?

O MST, sendo um movimento camponês, não surge para pensar a criança especificamente. Mas a realidade concreta da luta pela terra foi colocando para o movimento a necessidade de ter escolas dentro dos acampamentos e assentamentos.

É nessa realidade que o trabalho com as crianças no movimento vai sendo construído. A necessidade de ter uma escola que não seja discriminadora, que permita que as crianças sejam críticas e possam falar, ter opiniões que respeitem a sua luta levou o MST a discutir com as crianças sobre os seus direitos.

E daí, a organizar idas até as prefeituras, secretarias de Educação para colocar os problemas cotidiano da vida coletiva das crianças Sem Terra, como a falta de assistência médica, falta de escolas, transporte escolar, estradas, merenda escolar e tantas outras reivindicação que estão na pauta nos dias de hoje. A criança no MST está sempre na luta.

Como se constrói a identidade dos Sem Terrinha?

A criança Sem Terrinha vem ocupando e construindo a sua organização no processo de luta do MST e sua identidade vai sendo forjada. Creio que um sem terrinha é uma criança organizadora, decidida, com personalidade e que não tem vergonha de dizer que está na luta para ter a terra, ou que mora no assentamento.

Os Sem Terrinha são crianças da classe trabalhadora que tem um espaço de criação, de reflexão, de brincadeiras e de muita seriedade. As crianças Sem Terrinha têm, nesse lugar, a referência para sua vida, sabem que a ocupação da terra que deu origem ao seu território é necessária para que outras crianças no Brasil tenham casa, terra e dignidade e possam se encontrar para brincar e crescer. Como disse o Tiago, uma criança de 11 anos: “Sou Sem Terra, sou da terra, vou ter casa, vou crescer, vou ter asa, correndo e pulando”.

Qual o papel da infância no MST?

É um desafio pensar a infância na perspectiva de um projeto de emancipação humana. O MST fazendo a luta pela terra no Brasil vai constituindo um lugar para a criança Sem Terra como sujeito que vai aprendendo a lutar e a construir junto com a comunidade do acampamento e assentamento. Uma das grandes conquistas das crianças Sem Terrinha é ter desafiado o próprio movimento a produzir um Jornal e uma Revista das Crianças Sem Terrinha.

Confederação Latinoamericana de Operários e Camponeses reúne jovens

II Assembleia de Jovens da CLOC teve início hojePDFImprimirE-mail
Sex, 08 de Outubro de 2010 18:22

Lembrando os 43 anos da morte de Che Guevara, completados hoje, e toda sua luta pela libertação da América Latina, foi aberta hoje, 8 de outubro, a III Assembleia de Jovens da Coordenadoria Latinoamericana de Organizações do Campo (CLOC).


Leia esta notícia na íntegra no site da CPT nacional: http://www.cptnacional.org.br/

6 de outubro de 2010

Começarão novos Cursos de Agentes Culturais no Submédio São Francisco em outubro

Segundo Risonha Freire, secretária de mulher e jovens do Pólo Sindical, os cursos de formação de agentes culturais, nos municípios da região, começarão em outubro. Uma turma ocorrerá em Rodelas, Bahia. O primeiro módulo será nos dias 23 e 24. Agnes será uma das monitoras. Em Pernambuco, o curso reunirá participantes dos municípios de Santa Maria da Boa Vista e Orocó. Segundo Risonha haverá 50 participantes. As monitoras serão Ingrid e Jotalândia e o local será no munícípio de Santa Maria da Boa Vista, a turma se encontrará no Projeto Fulgêncio e numa área que poderá ser atingida pela Barragem de Riacho Seco - que, caso se conclua, deve desalojar até duas mil famílias.

Entrevista do assessor de KOINONIA, Jorge Atilio, no Conexões Futura

Você pode assistir no Youtube a entrevista concedida por Jorge Atilio Silva Iulianelli, concedida dia 17 de setembro de 2010, no Youtube. Basta escrever em procurar: Conexões Futura 17/09/2010 Entrada 1 e Entrada 2. O link para a entrada 2 é: