31 de outubro de 2007

Visão de futuro vida planejada

Caros amigos e amigas jovens rurais,

Nessa data tão importante que marca mais um encontro de batalhas e vitórias ressaltamos a força do trabalho social, do saber coletivo e do potencial do jovem rural, que ao longo dos tempos vive se escondendo da sociedade sendo visto por todos como uma pessoa que só trás problemas para a família, quando esta em casa o pai reclama que não faz nada, quando esta na rua a família fica preocupada, porque a rua e perigosa, então vêm à pergunta qual e o real lugar do jovem dentro da sociedade, quais os seus direitos e deveres como cidadão. Na verdade essa e uma pergunta que nos deixa muito preocupados, se fomos analisar a estória da educação no Brasil somos cada vês mais induzidos a não conhecer os nossos limites o nosso potencial, estão sempre dizendo o que temos que fazer nunca perguntam do que somos capazes, e na verdade o que precisamos é abrir os olhos para a nossa realidade e buscar princípios de conhecimento ou seja, pesquisar em nosso entorno, ver quais atividades podem ser desenvolvidas e ver também qual a importância da família nesse contexto. Análise junto comigo, na educação da escola você aprende apenas o que o professor te ensina e quando aprende, você vai estudar um livro feito lá em Brasília ou em outra capital que na verdade não tem muito a ver com sua realidade, o que é que acontece, nesse livro tem muita coisa sobre cidade grande e pouco sobre o campo ai quando o jovem se forma esquece suas raízes e quer ir para cidade, porque foi colocado na sua mente que só na cidade existem alternativas de vida, o que não é verdade o que precisamos é descobrir quais os projetos que podem ser desenvolvidos dentro da nossa realidade local, deixar de ser apenas jovens e ser empreendedores lutar por políticas publicas que beneficiem a grupos de pessoas, mas para que isso aconteça precisamos deixar o individualismo de lado e buscar conhecimento, promover a união entre as pessoas da comunidade, e discutir os problemas conjuntamente. Outra necessidade para realização do desenvolvimento local e capital, só que não o que você esta pensando e sim o capital humano, o fortalecimento da juventude rural amando sua terra defendendo sua cultura seus costumes e tradições.
Porque Só ligando as famílias, escolas e agricultura a realidade local, pode-se fazer desenvolvimento rural sustentável.

Jerson Jose de Souza
E-eletrônico: jersonabaré@hotmail.com
Jovem Rural representante legal da Florimel - Associação de Jovens do Projeto Pedra Branca. Abaré (BA)

Projeto Pedra Branca
Agrovila 18
Abaré (Bahia)

29 de outubro de 2007

Sonhos de um(a) jovem rural

Eu sou a Thamires: sou presidente de uma associação rural e digo a todos os seguinte.

Foi a melhor coisa que o governo já fez! Temos a nossa propriedade! O sonho de todo trabalhador rural e temos consciência que vamos trabalhar para pagar ao banco mas é nosso! O valor do CIC para investir é a fundo perdido não precisamos devolver e assim iniciar uma vida melhor.

Tem as burocracias, mas faz parte de um processo de aprendizagem e valorização do sonho realizado. E, todos os dias, quando acordamos agradecemos à Deus por tudo que temos conseguir em conjunto. Aqui somos 9 famílias e temos um só objetivo. Sou uma jovem muito feliz e realizada!

Thamires

Jovem Rural do município de Belém de São Francisco (PE)

23 de outubro de 2007

A importância do curso “agentes culturais” na vida e aprendizagem dos jovens sertanejos

Em 1997 comecei minha caminhada no Movimento Sindical no departamento de jovens do Pólo Sindical e no ano 2004 fiz o curso de Agentes Culturais. Era tudo novo e, naquela época do curso tive um pouco, tive de dificuldades em realizar a atividade cultural em meu município Barra do Tarrachil/Chorrochó-BA. A atividade cultural é planejada durante o curso e deve ser realizada até a terceira etapa.

Mas não desiste e consegui fazer a atividade. Lembro até hoje qual tema discutimos no municipio foi sobre sindicalismo oque é o sindicato,pra que serve lembro que levamos a direção do sindicato quase completa para essa reunião para debater a importância do sindicato.

Fiquei um pouco aflita com medo que o público não viesse, mas fiquei surpresa! Estavam na reunião quase 40 pessoas. A reunião era sobre sindicalismo e foi feita realizada no Centro Popular do município. E para mim foi uma vitória!

Hoje estou na secretaria de mulher e Jovem do Pólo Sindical. Posso de dizer que estou aqui é por que o curso de agentes culturais. O curso tem uma parcela de contribuição muito importante nesse processo.

Depois do curso participei do Coletivo de Jovens, do Pólo Sindical, representando o município. E depois fui para a direção do PT para a pasta da Secretaria de Mulheres e Jovens. E depois para a direção do sindicato de Chorrochó (BA) e atualmente estou na Secretaria de Mulheres e Jovens do Pólo Sindical.

Atualmente acompanho as turmas, desde o ano passado, e vejo que o curso abriu muitas portas. Um exemplo é que na turma de 2006 a jovem Tati Rodrigues, do município de Jatobá (PE), após o curso está trabalhando no sindicato do município. Isso mostra a importância desse curso na vida dessas pessoas.

Fico muito feliz quanto à parceria Pólo Sindical PE/BA e Koinonia que além dos jovens são os grandes responsáveis por está contribuição de mudança ara esses jovens nordestinos.

Sintia Verônica

Secretaria de Mulheres e Jovens do Pólo Sindical dos Trabalhadores Rurais do Submédio São Francisco PE/BA.

Jovem rural do município de Chorrochó (BA)

22 de outubro de 2007

A Gente se Acostuma, mas não devia.

Há dez anos, no dia 16 de Outubro de 1997 morria ás 22 horas, no Hospital das Clínicas de Recife o líder sindicalista Fulgêncio Manuel da Silva, vitima de uma emboscada arquitetada pelo narcotráfico que utilizou um menor na época com 17 anos para disparar o revolver assassino.

Conheci “seu Fulgêncio”, em 1991 quando vim trabalhar no Pólo Sindical, desde o inicio senti por ele uma grande admiração e respeito. Foi ele que me levou para dentro do Projeto, naquela época, Caraíbas, para lá trabalhar. A agrovila 43 passou a ser “meu quartel general”, ficava semanas inteiras na casa de dona Zefinha (sua irmã) e seu José Lima, juntos trabalhávamos nas agrovilas incentivando os/as reassentados/as a lutarem por suas terras e seus direitos. E com ele fui aprendendo muitas coisas e vendo meu respeito e admiração aumentar. Quando seu Fulgêncio foi baleado eu estava no projeto Pedra Branca. Ainda acreditei e esperei por um “milagre”, mas, o milagre não veio. Através de Assueres, recebi a noticia da sua morte. Partilhando da dor com seus familiares, chorei abraçada a dona Elisa e experimentei um sentimento nunca antes experimentado de dor, revolta, ódio, impotência.

Estive fora do Pólo de 1998 á 2003, quando então voltei a trabalhar com os reassentados/as,mas, muitas coisas haviam mudado, não sei explicar bem, havia e há uma desesperança enraizada nas pessoas, em algum momento se perdeu a visão do coletivo, o que está prevalecendo são os interesses particulares, as disputas internas...

Tem uma crônica de uma escritora chamada Maria Colasanti que fala assim; “A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá”. Isto esta acontecendo com nós? Ou fomos todos tomados por um sentimento de revolta contra os/as próprios/as companheiros/as? Se estivermos acostumando, será que não estamos “acostumando” demais? Encolhendo nossa capacidade de indignação ética ao escolher o silêncio cansado e cúmplice, diante da demora da CHESF e CODEVASF na conclusão dos projetos? Ou diante das atitudes nem sempre elogiáveis dos políticos que elegemos e voltando nossas “baterias” aos inimigos errados? Será que em vez de desmoralizar o movimento sindical, não deveríamos juntar nossas forças ao menos por respeito a quem deu a vida por esses projetos e por essa luta?

Como estaria agindo seu Fulgêncio se ainda estivesse entre nós? Quantos de nós vamos lembrar dos dez anos de sua morte? Pelo muito do carinho e respeito que guardo pelo seu Fulgêncio, eu Creusa Lopes, estou fazendo esta homenagem solidária e solitária aos 10 anos de morte de seu Fulgêncio, e aproveito para convocar e desafiar você que me leu até aqui, a não se acostumar, a fingir que não viu ou não entendeu, ou fazer de conta que não dói tanto assim, senão a responsabilidade recua, a coragem diminui, o desalento impera, e a gente continua fingindo ou arrumando desculpas das mais diversas para continuar enganando a nós mesmo, que nossa consciência esta tranqüila, e a cabeça no travesseiro será imediatamente seguida do sono que não tem porque não vir. Que de onde estiver seu Fulgêncio estenda à sombra do seu inesquecível chapéu sobre todas/os nós, e que bem lá no fundo de nossa consciência possamos ouvir uma vozinha dizendo; VOCÊ ESTÁ SE ACOSTUMANDO, MAS NÃO DEVIA...

Petrolândia, 10 de outubro de 2007.
Creusa Lopes

Poema Victor Hugo

Poema enviado por um jovem de Glória para o blog.
Abraços, PJR

"Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.

Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.
Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo maus e inconseqüentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim,

Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito
De suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.

Desejo depois que você seja útil,
Mas não insubstituível.E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.

Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.

Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.

Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.

Desejo que você descubra,
Com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.

Desejo ainda que você afague um gato,
Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque, assim, você se sentirá bem por nada.

Desejo também que você plante uma semente,
Por mais minúscula que seja,
E acompanhe o seu crescimento,
Para que você saiba de quantas
Muitas vidas é feita uma árvore.

Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga 'Isso é meu',
Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.

Desejo também que nenhum de seus afetos morra,
Por ele e por você,Mas que se morrer, você possa chorar
Sem se lamentar e sofrer sem se culpar.

Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a te desejar".