27 de junho de 2007

Trabalhadores preparam terra para plantio em área ocupada de Cabrobó (PE)



Articulação Popular São Francisco Vivo

27/06/2007 - Continua ocupação e acampamento nas obras do canal norte do projeto detransposição, do governo federal, em Cabrobó (PE). A Advocacia Geral daUnião deu entrada no pedido de reintegração de posse, mas o número demanifestantes aumentou hoje (27) para cerca de 1500 pessoas que preparam aárea para plantio de alimentos e espécies nativas.

Os ocupantes afirmam que qualquer ação referente à reintegração de posse sóserá organizada após expedição de ordem pelo juiz federal responsável, dacomarca de Salgueiro (PE).

A ação acontece de modo pacífico, envolve organizações sociais, movimentospopulares, povos e comunidades tradicionais dos estados de Alagoas, Sergipe,Pernambuco, Bahia e Ceará. É mais um ato que exige o arquivamento do projetode transposição. Além disso, o povo indígena Truká afirmar ter direito sobreo território e faz a retomada das terras.

Segundo informações dos povos indígenas daquela região, o local é umaconfluência de três fazendas: Trucutu, Toco Preto e Mãe Rosa. O mesmo foivisitado recentemente pelo ministro da Integração Nacional, Geddel VieiraLima.

Hoje pela manhã os trabalhadores se reuniram em assembléia e participaram demomentos de formação. A tarde o grupo deverá fechar o buraco escavado peloexército para receber Geddel, na área de tomada das águas, além de arar aterra, plantar mudas de plantas típicas da mata ciliar e alimentos comofeijão, milho, abóbora e melancia.

Bispo se junta a acampamento.

Os bispos diocesanos de Barra (BA), Dom Luiz Cappio, e o de Juazeiro (BA),Dom José Geraldo devem visitar amanhã (28) pela manhã o acampamento. Elesirão reforçar a ação e participar de um momento ecumênico com osmanifestantes.

Cappio é o bispo que, em outubro de 2005, fez uma greve de fome em protestoa transposição e em fevereiro, desse ano, enviou carta ao presidente Lulacobrando compromissos firmados de organizar debates sobre o projeto. O atodeu início à uma ‘jornada de lutas’ que culminou com um acampamento, entreos dias 12 e 16 e março, em Brasília (DF).

Serviço:Acampamento em Cabrobó (PE)
Local – BR KM 29, entre Cabrobó e Orocó (PE)
Pessoas – 1500

Envolvidos:
MST - MPA - MMC - MAB - APOINME - MONAPE - CETA - SINDAE -CÁRITAS - CIMI - CPP - CPT - ASA - AATR - PJMP - CREA/BA - SINDIPETRO AL/SE- CONLUTAS - Federação Sindical e Democrática de Metalúrgicos do Estado deMG - Terra de Direitos - Fórum Nacional da Reforma Agrária - Rede Brasileirade Justiça Ambiental - Fórum Permanente em Defesa do Rio São Francisco / BA- Fórum de Desenvolvimento Sustentável do Norte de MG – Fóruns deOrganizações Populares do Alto, Médio, Submédio e Baixo São Francisco -Frente Cearense Por uma Nova Cultura da Água Contra a Transposição - ProjetoManuelzão/MG - STRs, Colônias de Pescadores, Comunidades Ribeirinhas,Indígenas, Quilombolas, Vazanteiras, Brejeiras, Catingueiras e Geraiseirasda Bacia do Rio São Francisco

Contatos:
Josivaldo (MAB): (87) 38871050 (entre 15h e 16h)
Josenilda Dantas (MMC): (87) 38871050 (entre 15h e 16h)
Ruben Siqueira: (71) 92086548
Clarice Maia (Comunicação): (71) 92369841 e (87) 38871050


Clique aqui e leia o Manifesto do acampamento

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Jorge Atilio Silva Iulianelli
Coordenador do Programa Trabalhadores Rurais e Direitos de KOINONIA

Agroecologia em Alagoas

Agroecologia é sistema ecológico de trabalhar com hortas e animais de um modo que não use agrotóxico em suas plantações e não usem remédios, de farmácia, nos seus animais. Segundo algumas pesquisas indicam que essas práticas são uma das maiores causas de morte atualmente no mundo. E hoje o que nós podemos fazer é conscientizar e mostrar que nós podemos ter nossos alimentos saudáveis sem que seja preciso usar agrotóxico.

No município de Ouro Branco, em Alagoas, temos o trabalho de jovens ADL (Agente de Desenvolvimento Local). Estes jovem recebem uma bolsa para acompanhamento de pequenos agricultores em vinte e uma comunidades, daquele município. Os jovens têm como compromisso passar para os agricultores à importância de não fazer desmatamento e queimadas. E para os animais procurar tratar com remédios de plantas medicinais que temos muitas em nossa região.

Já em Poço das Trincheiras, do estado de Alagoas, procuramos passar para os líderes comunitários à importância das nossas matas e que devemos abandonar as queimadas e a degradação do meio ambiente através de muretas de pedras na plantação em curva de nível e estarmos preservando, principalmente, as árvores ao lado das nascentes.

O que vem acontecendo muito, em nossa região, é o desmatamento ao lado das nascentes. E temos muitas nascentes que já não existem mais e outras estão se acabando. É uma historia triste, mas é a realidade. Tudo por causa do desmatamento, sabemos disso, e precisamos nos conscientizar e ao povo. Afinal não podemos fazer uma “marvadeza” com quem não mexe com a gente.

Fico muito orgulhoso vendo algumas nascentes ressuscitando através, deste trabalho, de não desmatar principalmente ao lado das nascentes e as árvores estão recompondo ao seu hábitat. Habitat este de onde nunca deveriam ter saído. E ainda é muito gratificante ver à volta dos animais e pássaro para suas casas.

Odirlan Cirilo
Jovem rural, agricultor e Agente Cultural de Poço das Trincheiras (AL)

Odirlan Cirilo é do município de Poço das Trincheiras do estado de Alagoas.

Vanessa Barreto
Jovem rural, agricultora, agente cultura e jovem ADL.

Vanessa Barreto é Ouro Branco do estado de Alagoas.

26 de junho de 2007

A Cultura do nosso Forró


O nosso forró, o famoso forró Pé-de-Serra, é uma coisa que vem sumindo! O que hoje vemos em nossa região é um forró muito sofisticado e não aquele forró com Sanfona, Zabumba, Pandeiro e o Triangulo. E o nosso forró é algo que estará logo em extinção, na nossa região.
Hoje mesmo ninguém sabe valorizar a nossa cultura e o que era tão bom, uma noite de São João, como um bom Forró Pé-de-Serra não há mais. O que temos, atualmente, em nossas festas de São João é uma loucura. Vocês já ouvirão falar em uma noite de São João ser animada por um DJ? Pois isso aconteceu em nossa região, aqui no Alto Sertão de Alagoas.
Cadê a nossa cultura? E para onde vai nosso folclore junino?

Esse foi uma das questões feita pelos agentes jovens rurais e culturais.

Odirlan Cirilon
Jovem Rural, agricultor e Agente Cultural de Poço das Trincheiras (AL)


Odirlan Cirilo é do município de Poço das Trincheiras do estado de Alagoas.

21 de junho de 2007

Sítio de agroecologia


Amig@s leitor@s,

Essas são as fotos do meu sitio agroecologico.

Odirlan Cirilo











Veja mais fotos aqui.


Odirlan Cirilo

Jovem Rural, agricultor e Agente Cultural de Poço das Trincheiras (AL).


Odirlan Cirilo é do município de Poço das Trincheiras do estado de Alagoas.

20 de junho de 2007

Juventude Rural e festa junina

Na cidade Rodelas, localizada na região do Submédio São Francisco no Estado da Bahia. Tem um povo hospitaleiro e trabalhador que recebe vários visitantes, nesta época de ano, por causa de sua festa junina.
A festa tem início no dia 15 de junho e o seu encerramento é no dia 24 do corrente. Temos várias apresentações, como: a banda "Areio de Ouro". A banda abrirá a festa e, posso até dizer, que já virou uma virou tradição. Os grupos de jovens, de 12 a 22 anos, fazem a abertura com uma apresentarão de dança de quadrilha.
E, para este ano, o grupo de jovem organizado Benedito Nery, Secretário de Gabinete do Prefeito, montou e ensaiou uma quadrilha para a abertura dos festejos. Foi uma apresentação espetacular, segundo os comentários populares. E ainda teremos, no dia 23, os grupos de jovens ligados as escolas.
Aqui deixo o meu convite: venham ver o trabalho dos rodelenses! Vocês irão gostar!!!

Jocivaldo Cruz de Sá
Presidente do Conselho Tutelar de Rodelas (BA)


Jocivaldo é do município de Rodelas do estado da Bahia

18 de junho de 2007

Algumas palavras sobre a minha viagem...

Leitoras e leitores,
finalizando as contribuições e observações sobre a intercâmbio entre jovens camponeses e jovens quilombolas e de periferia, no Rio de Janeiro, escrevo a minha vivência.
Abraços, Vânia Tatiane




Intercâmbio e socialização da pesquisa efeito das ações juvenis para superação da violência na região do Submédio São Francisco foi realizada em 2005 entre os dias 15 a 22 de maio de 2007.

O que espero dessa experiência?


Sinto-me otimista e apesar do cansaço, espero atingir os objetivos propostos de socializar a pesquisa. Também por estar conhecendo a cidade Rio de Janeiro, estar multiplicando a experiência que tivemos no Submedio São Francisco (SMSF) e expandindo também para as universidades daqui do Rio de Janeiro. Espero aprender com eles e ver de que forma eles percebem a nossa realidade; as dúvidas e curiosidades, trocar experiências e perceber “o que é de fato” é morar na favela, no centro da cidade e no subúrbio. E ainda ser universitário no Rio de Janeiro. Pretendo repassar esse intercâmbio para o coletivo do Pólo Sindical do Trabalhadores Rurais do Submedio São Francisco, no qual eu faço parte como jovem do município de Jatobá (PE) e para a direção do Pólo. E, se possível, em outros espaços da região do SMSF.

Viajamos pela primeira vez de avião. Uma experiência única para Jocivaldo e eu. Apesar da ansiedade, para mim foi tranqüilo andar entre e acima das nuvens. Adorei voar, senti um pouco de medo no início, mas depois fiquei calma.

O interessante foi o medo de Jocivaldo, quando eu mostrava a natureza lá em baixo, sua mão suava demasiadamente e ele começava a refletir que nada nos segurava. Num primeiro instante achei à cidade maravilhosa com suas praias e paisagens...

Fomos, assim que chegamos, para a casa do Atílio (coordenador do Programa TRD de KOINONIA) e Raquel. Eles são muito divertido e pude rever seus filhos: Atílio Luca e Maria Sol. E ainda pude conhecera mãe de Priscila (Assistente do Programa TRD), que se chama Neide.

A primeira apresentação dos resultados da Pesquisa "Ações Juvenis para Superação da Violência na região do Submédio São Francisco" na favela da Maré no Observatório de Favelas.

No primeiro momento, cada participante, se apresentou brevemente. Neste momento, estava tranqüila, mas um pouco ansiosa e comecei a apresentar a pesquisa.

Falamos o que era a região do Polígono da Maconha, sobre o Pólo Sindical e o Coletivo de Jovens e as atividades que desenvolvemos com a juventude. E depois começamos a apresentar os resultados da pesquisa. E após a apresentação tivemos espaço para perguntas e troca de experiências.

Percebi que as perguntas deles eram sobre a região, mas comparando sempre com a violência da favela. Não achavam que no Submedio São Francisco também tem violência. As perguntas eram mais dirigidas para o plantio de maconha devido a proximidade do tráfico. Sabem que alguém plantou e colheu, mas não sabia que também é proibido plantar. E ainda ouvimos os relatos dos jovens e de como é morar na favela.

A experiência de ter estado com jovens da favela de maré foi impressionante. No inicio estava tranqüila, mas depois de alguns depoimentos me senti intimidada. Pensei que, a qualquer momento, poderia haver um tiroteio e eu estava lá. Fiquei mais tranqüila quando saí viva da favela.

Foi um momento, de troca de experiência, saber um pouco mais sobre a violência por aqueles que vivem o dia-a-dia e ver não só o lado ruim que a mídia mostra a violência como única coisa que existe na favela, mas também esses espaços alternativos de vivência, educação. O Observatório que busca trazer alternativas para o povo da favela. Foi importante repassar nessa experiência e mostrar que a droga que tanto ouvem, aqui no Rio, saem de algum lugar. E que este lugar também é violento e as alternativas por parte do governo são poucas. Perceber que a violência na região onde vivemos tem um alto índice que não percebemos.

No mesmo dia, estivemos na faculdade Estácio de Sá e apresentamos o resultado da pesquisa para a turma de pedagogia. Fizemos uma introdução e apresentamos a pesquisa. Percebi que os estudantes tinham preocupação com o índice de violência e como superá-la. As perguntas direcionadas para a reflexão dos resultados.

E teve destaque a questão que as pessoas responderam sobre a culpa de haver violência na região e que os entrevistaram se responsabilizaram pela violência. Nós não refletimos sobre essa questão e alguns outros resultados. Eles se preocuparam mais com a superação.

Noutro dia fomos para o PROFEC (Programa de Formação e Educação Comunitária). O PROFEC é uma ONG na periferia da cidade de Duque de Caxias no Rio de Janeiro. Existem vários projetos: balé, aulas de violão, informática, trabalho com o ecumenismo e etc.

Quando começamos a apresentação, particularmente, me senti um pouco incomodada com alguns risos. Percebi que é o nosso jeito de falar. O novo incomoda. Apresentamos a pesquisa e eles acharam interessante. Tinham uma visão distante de nossa realidade.

Eles falaram que acham à cidade deles violenta e que querem superar a violência. Disseram que era possível, mas é preciso trabalhar para isso. Porém não se sentem protagonistas pra isso. Sentir o interesse deles em conhecer mais nossa região, principalmente quando falamos do Rio São Francisco.

Percebi que tiveram dificuldade em comparar as duas realidades do campo e da cidade. O subúrbio tem potencial e só precisa ser desenvolvido, assim como a favela.

Fomos de Duque de Caxias para Niteroi. E logo que chegamos tivemos uma conversa com os professores: Paulo Carrano e Ana Brenner do
Observatório Jovem Rio, da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Apresentamos a pesquisa e falamos das nossas experiências. Eles perguntaram sobre a nossa experiência em fazer essa pesquisa, qual o objetivo. As perguntas eram mais direcionadas ao nosso trabalho com juventude, como: porque de fazermos a pesquisa e sobre a socialização que estamos fazendo. Depois proporam uma entrevista para divulgar o resultado dessa pesquisa no Observatório Jovem Rio.

Seguimos da conversa com os professores para apresentação da pesqusa para estudantes do curso de Engenharia Agrícola, ainda na UFF.

A professora Ana Motta nos recebeu como se já nos conhecêssemos há anos e ela fez o histórico da região do SMSF e sobre a luta do Pólo Sindical: como surgiu a luta pelo reassentamento de Itaparica e a importante presença das mulheres; e ainda disse que, hoje, é uma mulher que coordena o Pólo Sindical: a Cassinha.

Os estudantes estavam atentos e fizeram perguntas direcionadas a nossa realidade quanto à violência contra a natureza e não só a violência armada; a expulsão de milhares de pessoas de suas terras para as construções das hidroelétricas; e os impactos ambientais.

Nesta apresentação percebi, que cada grupo, interpreta a nossa apresentação de acordo com sua visão de mundo - ou seja: eles percebem a violência contra a natureza, pois faz parte do cotidiano deles e do interesse do seu curso.

E, nesta noite, estivemos no lançamento do livro "Laudo multidisciplinar em conflito socioambiantal – O caso da reforma agrária no entorno da Reserva Biológica de Poço das Antas" da professora Ana Motta e fomos bem recebidos por elas e seus convidados.

Na sexta-feira, dia 18 de maio, apresentamos no escritório de
KOINONIA. O pessoal é maravilhoso! Estavam contentes com nossa presença e conhecê-los foi muito bom, pois apesar da distância trabalhamos juntos e estar nesse espaço proporcionou uma apresentação tranqüila e um diálogo aberto. O interesse deles era saber como é nossa experiência no Submédio São Francisco e de como: é esse trabalho de estarmos pesquisando e socializando; e saber como é aqui na capital do Rio de Janeiro e detalhes e sobre a viagem. As perguntas eram como o que estamos achando do Rio e o que fizemos de lazer, enfim foi muito bom dizer o que de fato fazemos.

Na manhã de sábado, fomos para o intercâmbio na comunidade do Alto da Serra do Mar, no povoado de Lídece, na cidade de Rio Claro, onde KOINONIA tem um trabalho de assessoria do Programa EGTE/TN com a assessora Ana Emília.

Foi uma das paisagens mais belas que vi! O impacto do clima foi o que mais me incomodou, pois tenho costume de sentir frio e apesar disso à forma simples de se viver me deu saudades de casa.

Os remanescentes de quilombo são muito acolhedores e me senti em casa. Eles nos levaram para passear, enquanto caminhávamos e tocávamos experiências, percebíamos a diferença regional.
Passeamos pela roça, conhecemos o espaço de plantação. Ao trilhar, na Mata Atlântica, percebi áreas devastadas, mas há também um projeto de revitalização realizado pelas entidades da região. Os quilombolas plantam o palmito para produção e outras plantas diversas para o reflorestamento. Achei muito interessante já que a caatinga também é muito devastada e não há um projeto assim, que eu conheça.

É um modelo de produção sustentável, as pessoas são comprometidas com o projeto, pois ensinam as crianças e jovens a manter esta atividade; tomar o gosto pela terra, valorizando assim sua cultura.

Fizemos um encontro com a comunidade e o Isaías deu as boas vindas nos apresentando a comunidade. Falou das associações que são: de produtores rurais e dos quilombolas, depois cada pessoa se apresentou. E começanos a apresentar a pesquisa. Eles não se interessaram muito pela violência, pois o lugar segundo eles não tem violência, mas eu percebi que a violência, que acho que acontece, é exatamente a luta pela terra. A Dna. Terezinha disse que a comunidade ainda correm perigo de perder suas terras para os grileiros. A terra que seus filhos nasceram e cresceram e que dá o sustento. O que eu percebo é que eles não percebem essa violência.

Uma semelhança é que eles também lutam pela terra e a nossa conquista - o reassentamento de Itaparica - e eles também buscam se manter na terra, em Alto da Serra do Mar.

Nosso objetivo foi além de mostrar os resultados da pesquisa mas também incentivá-los a se organizarem como juventude e manter a luta pelos direitos.

Ouvimos relatos de como foram discriminados quando eram crianças, na época da escola, mas hoje eles conhecem a lei contra o racismo e creio que o trabalho de KOINONIA venha a contribuir para essa formação cidadã. Agradeço aos quilombolas que estavam presente, pela receptividade e pelo maravilhoso almoço: Valeu a pena!

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A direção de KOINONIA o meu agradecimento pela possibilidade de fazer intercâmbio, aqui no Rio de Janeiro. Foi inesquecível! E, em especial a Priscila Chagas e Jorge Atílio Silva Iulianelli, que nos acompanharam nesse trabalho. O lazer que vocês nos proporcionaram. Isso contribuiu e muito para uma percepção de mundo ampla e mais solidária!
Aquele abraço!


Vânia Tatiane
Jovem jural e do Coletivo de Jovens do Pólo Sindical e estudande do curso de Pedagogia da UNEB.


Vânia Tatiane é do município de Jatobá do estado de Pernambuco

15 de junho de 2007

Um breve relato sobre minha viagem ao Rio de Janeiro

Caras leitoras e caros leitores amigos,
publico o relato da minha viagem ao Rio de Janeiro. A viagem aconteceu entre os dias 15 à 22 de maio. É com muito prazer que divido esta experiência.
Abraços, Jocivaldo.

Intercâmbio e socialização da pesquisa efeito das ações juvenis para superação da violência na região do Submédio São Francisco foi realizada em 2005.

Período: 15 a 22 de maio de 2007

Logo de início gostaria de falar do sentimento que sinto ao fazer a socialização dessa pesquisa com outros públicos diferentes do que costumo trabalhar, por serem públicos de cidades ainda desconhecida por mim.

Ao sair da cidade de Rodelas, no dia 22 do corrente mês e ano, estava calmo de certa forma, mas um pouco de medo por não saber o que iria encontrar. Quando desembarquei, fomos recepcionados pela simpaticíssima Priscila, assiste de programa TRD de KONONIA, que nos levou para casa do Jorge Atílio, coordenador do Programa TRD.
Ao chegar tivemos um delicioso almoço preparado por sua esposa de Atílio - a Raquel. Já sentamos para ver a trajetória desses dias nessa cidade: qual o público, com qual objetivo e etc. Terminado esse momento de conversa aumentou meu medo, pois ficamos sabendo que iríamos apresentar a pesquisa, para nada mais nada menos, que alunos das melhores universidades da cidade do Rio de Janeiro e sem falar nos jovens de favelas, jovens da periferia urbana (PROFEC) e uma comunidade Quilombola. Além do mais já iríamos para a cidade de Niterói. Fomos a UFF (Universidade Federal Fluminense), mas infelizmente não foi possível naquele momento apresentar a referida pesquisa, que foi marcada para quinta-feira dia, dia 17.

Quarta-feira, 16/05/07
Passando, esse primeiro momento, acordo hoje ainda assustado, mas com a esperança de que tudo vai dar certo. Saímos à tarde para a favela da Maré, onde conversaremos com jovens que fazem parte do programa “Rota de Fuga”.

Chego, de primeira mão, muito curioso e fomos recebidos com muita alegria pelos coordenadores e jovens da entidade. Foi uma conversa muito agradável, mas o que particularmente gostei desse papo foi ouvir jovens que vivem no dia-dia a dificuldade de morar em uma favela violenta. Cada depoimento, cada relato era emocionante, mas pude ver também que existem muitas coisas boas na comunidade e que nem tudo que é colocado, através da mídia, é realmente a verdade. Terminada a conversa, saí desejando que as questões que afligem a comunidade logo tenham fim e fico muito feliz que os primeiros passos já estão sendo dados.

Fomos, a noite, a Universidade Estácio de Sá. Chegamos a Estácio por volta das 20h40. E às 21h entramos na sala de aula. Os alunos do professor Jorge Atílio foram muito simpáticos, mas confesso que estava muito assustado. Nessa conversa o que me chamou a atenção foi à participação dos mesmos: perguntando, questionando, e etc.
Só espero que as outras turmas universitárias que pegaremos, sejam assim. Saio muito satisfeito! O nervosismo diminuiu e o rendimento pessoal, acredito ter melhorado. Agora é ir para casa descansar para amanhã.

Quinta-feira, 17/05/07
Amanheço com dois sentimentos: um é de muito felicidade por tudo ter dado certo, e o outro é de ansiedade! Estou louco para chegar logo na cidade de Duque de Caxias e conhecer os jovens do PROFEC (Programa de Formação e Educação Comunitária).
Chegamos a referida cidade por volta das 9h00. Chegando lá fomos recebidos pela coordenadora Cíntia que nos conduziu até a sala onde iria acontecer à conversa. Um delicioso café da manhã nos esperava e terminado o café, fomos apresentados à turma, mas te conto prezado(a) leitor(a) estou me sentido no coletivo de jovem do Pólo Sindical dos Trabalhadores Rurais do Submédio São Francisco em que, felizmente, já participei.

Uma turma alegre participativa e o melhor com vontade de querer sempre se organizar e lutar junto pelos seus objetivos. Depois desse bate-bola muito agradável, saio triste por já ter que ir embora, pois temos um compromisso, logo depois, na UFF. Mas por outro lado saio muito contente de ficar sabendo que como a gente lá do Submedio São Francisco se reune para que juntos a gente possa discutir e juntar força para enfrentar as dificuldades do dia-a-dia.
Chegamos à outra cidade linda desse maravilhoso estado do Rio de Janeiro e "princezinha" Pricila nos convida para irmos ao Mercado de Peixe São Pedro e comer um peixe chamado “namorado”. Eu não sabia que comer namorado era bom assim há!ha!ha!
Depois dessa, vamos dizer assim “festa culinária”, fomos correndo para Universidade. Logo de início tivemos uma conversa com o professor Paulo Carrano e a professora Ana Brenner, onde passamos algumas informações sobre a região SMSF (Submédio São Francisco) e se interessaram em estar divulgando, através do boletim da entidade Observatório Jovem Rio.
Terminada a conversa, para o próximo encontro. Fomos para turma de Engenharia Agrícola da professora Ana Maria Mota Ribeiro. A professora Ana nos recebeu com muitas honras e me surpreendi com o tamanho conhecimento sobre as causas e lutas do povo da região do submedio em se tratado do reassentamento de Itaparica. Em seguida teve que partir, pois tinha que terminar os preparativos para o lançamento do seu livro “Laudo Multidisciplinar em Conflito Sócio-Cultural” que foi à noite. E deixando as honra da recepção com o estudante de Sociologia: Bernardo.
Depois de uma rápida apresentação, iniciamos a apresentação da pesquisa e os alunos se mostraram muito interessados com o assunto. Mesmo porque se tratava de falar de uma região agrícola que área de interesse deles. Fiquei satisfeito com a integração da turma e a curiosidade de saber como é a nossa região.
Em seguida fomos ao lançamento do livro de Ana. Fomos muito bem recebidos e a única coisa que não tava "batendo" era o canto da orquestra, pois achei desafinada (ha!ha!ha!) Mas tudo bem! O mais importante é que nós estávamos desfrutando da alegria da queridíssima Ana mota e para completar, nossa maravilhosa noite, nos deu seu livro para o Coletivo de Jovens. Partimos de volta para casa de Priscila descansar para outro dia.

Sexta-feira 18/05/07.
Estava fazendo um dia muito lindo! Depois de um delicioso café da manhã e conhecer a simpaticíssima mãe de Priscila: a Neidinha. Fomos conhecer o centro da cidade.
Andamos de metrô e conhecemos a igreja da Candelária. Fomos almoçar e em seguida fomos para a KOINONIA para a apresentação institucional da nossa pesquisa. Uma galera irada e muito sangue bom! Nos deixaram como se estivéssemos em casa. Foi uma experiência muito interessante!
Em continuidade, do dia, a volta para casa do do Jorge Atilio, passeamos por Copacabana. Na praia onde sentamos para tomar um brejinha (cervejinha) bem gelada e ver minha companheira de viagem, Vânia Tatiane, se esbaldar ao andar nas maravilhosas areias da praia de Copacabana. E, voltando a cerveja e caramba! E pedi uma Bohemia, pensando que era do mesmo preço que as outras, e me ferrei! A danada custava $R4,00 a lata! Acabando a cerveja, fomos para casa.

Sábado 19/05/07.
Hoje é o dia de visitar a comunidade Quilombola de Alto da Serra do Mar. Este é o grande motivo do convite para virmos até o Rio de Janeiro. Então, essa intercâmbio é mais especial ainda, porque temos que agradecer por esses momentos únicos em nossas vidas, desfrutando dessas cidades e povo.

A trajetória foi maravilhosa! Muitas paisagens bonitas e únicas! Depois de 2 horas e meia de viagem chegamos na comunidade um espetáculo o local. Fomos recebidos com muito afeto e carinho e seguimos para conhecer o lugar.
O lugar é lindo e aproveitamos para tirar várias fotos. O almoço foi na casa família que recebeu tão bem. O almoço estava delicioso.
Apresentação da pesquisa, aconteceu logo após o almoço, e trocamos experiências das nossas hitórias e fiquei encantado com a semelhança da luta daquele povo com o povo da região do Submedio para ter o direito ao seu pedacinho de terra.
Contamos a experiência do Coletivo de Jovens do Pólo Sindical. E, só para variar, fiquei muito feliz com tudo que vi e ouvi. Uma gente lutadora e guerreira que a única coisa que quer é ser feliz com seus direitos garantidos. E fiquei, particularmente, emocionado em andar por aquele campo e lembra do lugar onde tive a honra de ter passado uma boa parte de minha infância.
Agradeço, de coração, todo carinho daquele povo e saio com o peito rachado e com esperança que um dia voltarei a revê‑las e assim sentir o brilho de seus sorrisos iluminando minha alma.

Domingo, 20/05/07.
Domingo! Hoje estou cansado, mas como diria o saudoso Luiz Gonzaga: “só deixo meu cariri no ultimo pau de arara.
Saímos, Tati e eu, com a família do Atilio para conhecer alguns lugares da cidade. Almoçamos em um lugar lindo demais! E conhecemos um garçom conterrâneo nosso - o “Chico". Um rapaz muito alegre e camarada, e parece que também gostou da gente. Porque além do marovilhoso papo tivemos, de quebra, três Chope de graça. Em seguida, saímos em trilha por paisagem linda da orla do Rio.
Encontramos, de noitinha, a Priscila e fomos para Copacabana. E paramos para conversar e comer uma pizza. Nunca comi tanta na minha vida! Tiramos fotos e saí, de intrometido, na foto de uns gringos - que eram argentinos ou italiano. Eenfim saí na foto.

segunda-feira 21/05/07.
Está chegando a hora da partida. Passamos o dia em KOINONIA. O pessoal entidade é muito lega. Após a noite fomos assistir a aula do professor Jorge Atilio.

Terca-feira 22/05/07.
Acabou infelizmente! Parece uma noite de sonhos e tudo acaba quando o dia amanhece. O meu maravilhoso sonho acabou e agora é espera "outras noites" dessas chegarem. Enquanto não chega, o que me resta é avaliar e concluir este capitulo.
Como já disse, quando cheguei fiquei muito assustado com o que iria acontece, mas depois foi tudo muito perfeito! E só tenho que agradece toda equipe de KOINOIA, Pólo Sindical e com iguais honras, todos outros atores que contribuíram direta e indiretamente para que esse projeto desse certo. Saio muito feliz, espero que tenham gostado!
Tchau!
Jocivaldo Cruz, eternamente jovem.
Jocivaldo é município de Rodelas do estado da Bahia

14 de junho de 2007

Lembranças eternas...

Hoje, pretensiosamente, quero falar de sentimentos e emoções. Falar do que sinto... e como sinto! Desejo compartilhar uma experiência educativa que é única, e não falo de outro, e sim do meu eu. Falo da minha experiência educativa.

No dia 15, do mês de maio, dois jovens chegaram ao Rio de Janeiro. Tati, de Jatobá (PE), mulher, jovem, agricultora e graduanda do curso de Pedagogia; e Joci, de Rodelas (BA), homem, jovem, agricultor, participante do Conselho Tutelar de seu município e graduando do curso de História. Estes dois jovens, protagonista do meu aprendizado, vieram ao Rio para uma semana de Socialização da Pesquisa "Ações Juvenis para Superação da Violência na região do Submédio São Francisco" e para intercâmbio entre Jovens Camponeses e Jovens Quilombolas.

A semana foi repleta de expectativa, de muitas esperas e esperanças. A pesquisa foi apresentada para uma turma de Pedagogia da Universidade Estácio de Sá, para uma turma de Sociologia Rural da Universidade Federal Fluminense (UFF) e para algumas instituições: como o Observatório de Favelas - que trabalha com jovens da Favela da Maré -; e o Programa de Formação Educação e Comunitária (PROFEC). A viagem foi permeada por encontro, olhares e constatações. Realidades distantes e tão próximas. Realidades que tem pontos de intersseções não pensadas, não vislumbradas.

Falaram sobre violência e afirmação de direitos. Demonstraram que são sujeitos da história, da história de suas vidas e da sua região. Foi possível ser expectador da experiência desses sujeitos históricos. E, lá estava eu, a cada passo, cada apresentação, vendo algo real e concreto. Vi pessoas dispostas a pensar a sua realidade. Pessoas dispostas a mudar a sua realidade. Ali estavam dois jovens, dois agentes históricos, apresentando a construção de um ideal de democracia, justiça e direitos.

Estavam ali pessoas reais, com histórias reais e desnudando suas experiências para quem estivesse disposto a ouvir e questionar. Não era apenas uma apresentação e sim um convite a pensar junto à realidade brasileira. Era um convite a se pensar a sua realidade apesar das diferenças regionais, pessoais.
Eu estava lá para compartilhar todos os momentos simples e importantes. Os momentos de lazer, como ir ao CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) e ver também pela primeira vez uma tela abstrata. E lá estavam os 3 curiosos (e idiotas) buscando ver algo na tela. E ainda buscando devesvendar, junto com os dois, as pinturas e invenções dos artistas da China. (Exposição “China Hoje”, quem puder: vá!).


Estávamos ali compartilhando a experiência de conhecer, nos conhecer e compartilhar. Pude agora não mais apenas ver a realidade distante da minha e sim compartilhar a minha realidade, a minha cidade e o meu lazer, prazer, com amigos eleitos pelo coração.


O trabalho se confunde com o prazer. E não é mais trabalho quando há uma identificação é que pessoal.
As inúmeras coisas que posso dizer e lembrar, mas momentos que serão inesquecíveis. Lembranças eternas em minha alma.


Só posso dizer: Agradecida!!!



Priscila Chagas
Assistente do Programa Trabalhadores Rurais e Direitos de KOINONIA

Rio de Janeiro (RJ), 24 de maio de 2007.