13 de setembro de 2010

Desafio para América Latina no Século XXI: Desigualdade

Para Cepal, desigualdade será o grande desafio para região


Uma região livre de desigualdades. Para a Secretária Executiva da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), Alicia Bárcena, esse é um dos grandes desafios a ser enfrentado pelos países latino-americanos. A declaração foi dada durante a XVI Conferência Anual sobre Comércio e Investimento das Américas da Corporação Andina de Fomento (CAF), realizada hoje (9) em Washington, Estados Unidos.

Durante a apresentação na sessão "O futuro da América Latina: Desafios econômicos e sociais nos próximos 10 anos", Bárcena destacou que o emprego, juntamente com o aumento da produtividade, é o ponto essencial para superar a pobreza e conquistar a igualdade. Para ela, a desigualdade será o grande desafio dos próximos anos para a América Latina.

"Na Cepal pensamos que o grande desafio da região na próxima década não é a pobreza, mas sim a desigualdade. Dez países conseguiram baixar a desigualdade nos últimos anos, mas ainda fica muito por fazer", comentou.

Além disso, acrescentou que, para um crescimento sustentado, a América Latina ainda precisa criar condições necessárias para aumentar o investimento público, o privado e a produtividade. Para isso, a Comissão Econômica aponta que é importante mudar a "estrutura produtiva para superar a grande heterogeneidade estrutural que afeta as economias da região".

Tais mudanças e crescimentos, entretanto, não acontecem de um dia para o outro. Por isso, Bárcena acredita que é preciso que os governantes olhem para o futuro. "A região necessita uma visão a longo prazo para conseguir crescimento com igualdade, necessita de políticas de Estado que não olhem para a próxima eleição, mas sim que apontem para a geração seguinte", destacou.

De acordo com ela, o comércio latino-americano começou a se recuperar após a crise financeira mundial. Segundo secretária da Cepal, a expectativa é que as exportações consigam crescer 21,4% neste ano. Por outro lado, lembrou que a economia da região vive um processo de "reprimarização", já que a maior parte dos produtos exportados são matérias-primas.

"Para melhorar a qualidade da inserção da América Latina e do Caribe na economia global, é necessário aumentar a diversidade de exportação, impulsionar a competitividade, a inovação e uma maior cooperação regional", observou.

Além de Alicia Bárcena, a sessão "O futuro da América Latina: Desafios econômicos e sociais nos próximos 10 anos" da XVI Conferência da CAF contou ainda com a participação do vice-presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Santiago Levy; do ex-ministro de Finanças da Colômbia, Guillermo Perry; e do presidente de Centennial Group, Harinder Kohli.

Com informações da Cepal

Fonte: Adital - http://www.adital.org.br/site/noticia.asp?lang=PT&cat=15&cod=50817

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