14 de junho de 2007

Lembranças eternas...

Hoje, pretensiosamente, quero falar de sentimentos e emoções. Falar do que sinto... e como sinto! Desejo compartilhar uma experiência educativa que é única, e não falo de outro, e sim do meu eu. Falo da minha experiência educativa.

No dia 15, do mês de maio, dois jovens chegaram ao Rio de Janeiro. Tati, de Jatobá (PE), mulher, jovem, agricultora e graduanda do curso de Pedagogia; e Joci, de Rodelas (BA), homem, jovem, agricultor, participante do Conselho Tutelar de seu município e graduando do curso de História. Estes dois jovens, protagonista do meu aprendizado, vieram ao Rio para uma semana de Socialização da Pesquisa "Ações Juvenis para Superação da Violência na região do Submédio São Francisco" e para intercâmbio entre Jovens Camponeses e Jovens Quilombolas.

A semana foi repleta de expectativa, de muitas esperas e esperanças. A pesquisa foi apresentada para uma turma de Pedagogia da Universidade Estácio de Sá, para uma turma de Sociologia Rural da Universidade Federal Fluminense (UFF) e para algumas instituições: como o Observatório de Favelas - que trabalha com jovens da Favela da Maré -; e o Programa de Formação Educação e Comunitária (PROFEC). A viagem foi permeada por encontro, olhares e constatações. Realidades distantes e tão próximas. Realidades que tem pontos de intersseções não pensadas, não vislumbradas.

Falaram sobre violência e afirmação de direitos. Demonstraram que são sujeitos da história, da história de suas vidas e da sua região. Foi possível ser expectador da experiência desses sujeitos históricos. E, lá estava eu, a cada passo, cada apresentação, vendo algo real e concreto. Vi pessoas dispostas a pensar a sua realidade. Pessoas dispostas a mudar a sua realidade. Ali estavam dois jovens, dois agentes históricos, apresentando a construção de um ideal de democracia, justiça e direitos.

Estavam ali pessoas reais, com histórias reais e desnudando suas experiências para quem estivesse disposto a ouvir e questionar. Não era apenas uma apresentação e sim um convite a pensar junto à realidade brasileira. Era um convite a se pensar a sua realidade apesar das diferenças regionais, pessoais.
Eu estava lá para compartilhar todos os momentos simples e importantes. Os momentos de lazer, como ir ao CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) e ver também pela primeira vez uma tela abstrata. E lá estavam os 3 curiosos (e idiotas) buscando ver algo na tela. E ainda buscando devesvendar, junto com os dois, as pinturas e invenções dos artistas da China. (Exposição “China Hoje”, quem puder: vá!).


Estávamos ali compartilhando a experiência de conhecer, nos conhecer e compartilhar. Pude agora não mais apenas ver a realidade distante da minha e sim compartilhar a minha realidade, a minha cidade e o meu lazer, prazer, com amigos eleitos pelo coração.


O trabalho se confunde com o prazer. E não é mais trabalho quando há uma identificação é que pessoal.
As inúmeras coisas que posso dizer e lembrar, mas momentos que serão inesquecíveis. Lembranças eternas em minha alma.


Só posso dizer: Agradecida!!!



Priscila Chagas
Assistente do Programa Trabalhadores Rurais e Direitos de KOINONIA

Rio de Janeiro (RJ), 24 de maio de 2007.

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