28 de maio de 2008

MANIFESTAÇÃO DOS ESTUDANTES DE LETRAS DA UFRJ PELO BANDEJÃO

AÇÕES JUVENIS NO RIO DE JANEIRO

Na manhã do dia 12/5, o centro acadêmico de Letras organizou uma manifestação em frente ao restaurante privado no andar térreo do prédio da faculdade. Os estudantes reivindicaram o fechamento do estabelecimento devido à expiração do contrato de concessão no início de maio. Tanto a Reitoria, quanto a direção da Faculdade de Letras defendem a desocupação do espaço para futuramente criarem uma unidade do restaurante universitário (bandejão) no local. Porém o permissionário do restaurante, Luiz Eduardo, conseguiu uma liminar na justiça permitindo que continuasse seu negócio, nos 60 dias legais do prazo, e até que uma nova licitação resultasse na escolha de um novo permissionário. A medida não agradou à comunidade da Letras, que alega que não haverá licitação nem novo permissionário, já que, ali, será implantado um bandejão gerido pela reitoria.
Aluno do 8° período e membro do CA de Letras, Rafael Nunes afirmou que assim que chegou a ordem judicial permitindo a permanência de Luiz Eduardo no local, o centro acadêmico começou uma campanha pacífica de mobilização dos estudantes com o propósito de boicotarem o estabelecimento, que teve o movimento diminuído em 90% segundo dos estudantes. O caso do restaurante é peculiar por se tratar de expiração de contrato e pelo interesse de toda a comunidade acadêmica de transformar aquele local em mais um restaurante universitário, onde serão servidas refeições ao preço de R$ 2, para alunos, e R$ 6, para docentes e técnico-administrativos.
Além da situação contratual, o restaurante também deixa a desejar no que se refere às condições higiênico-sanitárias. De acordo com o panfleto distribuído durante a manifestação, o restaurante mantém “cozinheiros descalços, instalações subumanas, gordura pelas paredes e sujeira por toda a parte”. As péssimas condições de higiene do estabelecimento foram constatadas e repudiadas pela nutricionista e técnica-administrativa da UFRJ, Nádia Pereira.
“Não precisa ser nenhum técnico para ver que aquela situação não se mostra compatível com nenhum padrão de higiene de quem a olhe. Existem entulhos de obras e restos de mobiliário quebrados em um local de produção de refeições; além disso, alguns alimentos ficam fora da refrigeração, o que aumenta as chances de proliferação de bactérias. Os funcionários não possuem uniformes padronizados e usam chinelos de dedo”. Como resultado, o diretor da Unidade, Ronaldo Lima Lins, diz já estar tomando todas as providências cabíveis, inclusive a tentativa de derrubada da liminar que protege o permissionário no local.

MANIFESTAÇÃO EM DEFESA DO HOSPITAL DO FUNDÃO

Na sexta-feira (17/5), estudantes da área de saúde, docentes, técnico-administrativos do Fundão, pacientes e representantes do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro realizaram um protesto em defesa do hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF). Os manifestantes fecharam as pistas da Linha Vermelha, reivindicando melhores condições de infra-estrutura para a unidade. Esta se encontra em profunda crise devido a falta de verba, proveniente dos cortes orçamentários por parte do Ministério da Educação, que acaba por levar ao sucateamento dos hospitais universitários. As cirurgias não estão sendo marcadas por falta de material; por isso, a realização de transplantes foi suspensa e iniciou-se o fechamento dos leitos. A crise afeta diretamente a comunidade acadêmica do hospital, considerado referência nacional em procedimentos de alta complexidade e no ensino das áreas de saúde. Apenas pacientes com câncer ou com doenças de maior gravidade estão tendo atendimento. Os manifestantes denunciam que não há equipamentos, e os que existem estão enferrujados e abandonados; além disso a escada rolante não funciona, há infiltração no teto e a iluminação é precária.

COLÉGIO DE APLICAÇÃO DA UFRJ : DEFESA DA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE
EDUCAÇÃO

Neste mês de maio, a comunidade do Colégio de Aplicação da UFRJ comemora os 60 anos da unidade com a certeza de constituir uma das referências mais importantes na história da educação brasileira.
O que faz a diferença e promove o diálogo entre as áreas de saber, e conseqüentemente, a interdisciplinaridade é, segundo a diretora Celina Maria de Souza Costa, uma estrutura de funcionamento participativo, na qual os programas e atividades são definidos coletivamente. Esta dinâmica é proporcionada pelo regime de trabalho de dedicação exclusiva, no qual o professor permanece na escola em outros momentos que não apenas nos quais esta em sala de aula. Diferente do que acontece em outras escolas da rede pública municipal e estadual, o regime de trabalho de 40 horas semanais com dedicação exclusiva permite, além da sala de aula, a realização semanal de reuniões dos setores curriculares de área, nos quais os docentes discutem questões referentes ao aprendizado e ao ensino.
Há 8 anos o Cap adotou como sistema de ingresso o sorteio, que foi um meio de contribuir para a democratização do acesso à escola. Um dos desafios do colégio é criar medidas para garantir a manutenção dos alunos na sala de aula. Para isso, a diretora aposta no horário integral. No entanto, os embates para recebimento de verbas que viabilizem a permanência dos alunos no colégio permanecem: no ano passado, a direção conseguiu verba de alimentação para 25 alunos apenas. Este ano, último dia 14 de maio, a direção do Cap teve que devolver a verba do MEC recebida para merenda, porque não é suficiente para a alimentação de todos os 450 alunos da escola. Pela legislação, a verba recebida pelo ministério para merenda só pode ser usada pela instituição para a refeição de todos os alunos e não apenas para alguns.

DESEMPREGO ENTRE JOVENS É 3,5 VEZES MAIOR QUE ENTRE ADULTOS NO BRASIL
A pesquisa Juventude e Políticas Sociais no Brasil, elaborada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), aponta que o número de jovens entre 15 e 24 anos desempregados no Brasil é 3,5 vezes maior do que o de adultos. A falta de experiência, a necessidade de aliar emprego e escola e a ausência de oportunidades estão entre as razões para o fato. Segundo o Ipea, a opção das empresas em optar pela demissão dos trabalhadores mais jovens que, além do baixo custo, são considerados menos "essenciais" por causa da falta de experiência, também faz com que o desemprego seja maior nesta faixa etária.

Priscilla Melin, aluna de Ciências Sociais na UFRJ.

Um comentário:

Anônimo disse...

olá! parabéns pelo blog e pelos informes em pdf. convido vocês para uma visita ao blog Jovem Rural: http://www.jovemrural.com.br. Vamos manter contato e trocar idéias!